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Publicado em 12 de julho de 2021

Próteses modernas são ótimas, mas sem comprovação confirmada para o esporte competitivo, alerta Sociedade Brasileira do Quadril

As próteses do quadril, com a qual atualmente convivem dezenas de milhares de brasileiros permite recuperar a qualidade de vida, a caminhada e mesmo esportes leves, como natação, pedalar uma bicicleta, mas seus portadores devem evitar esportes competitivos e que sobrecarregam a articulação, como corridas, basquete, futebol ou mesmo tênis.

O alerta está sendo dado pela Sociedade Brasileira do Quadril, que reúne quase 700 cirurgiões especializados no Brasil e que está preocupada com recentes notícias de que portadores de prótese estão participando de provas de alto nível e até de disputas internacionais e muitos médicos incentivam esse tipo de atividade sem entender a real dimensão do problema.

“A Medicina evoluiu de forma extraordinária nos últimos anos”, diz o presidente da SBQ, Giancarlo Cavalli Polesello, “As próteses de concepção moderna e feitas de novos materiais permitem ótima qualidade de vida e tem excelente durabilidade, explica. Apenas nos Estados Unidos 11,2 milhões de pessoas vivem com articulações artificiais do quadril e do joelho.

“A melhor prótese não tem, entretanto, as mesmas qualidades do quadril de que nos dotou a natureza e, se exigida demais, está sujeita ao desgaste prematuro, não evita a volta da dor nem o retorno às limitações anteriores à cirurgia”, conclui o especialista.

A SBQ, cujos associados respondem pelo implante de milhares de próteses por ano explica que as próteses são a solução para fraturas de colo do fêmur, geralmente decorrentes de osteoporose, por traumas provocados por acidentes, principalmente de motocicleta, pela artrose e doenças que podem afetar mesmo jovens, na faixa de 20 anos.

“No passado esses problemas chegavam a comprometer de forma permanente a caminhada e o desempenho profissional, faziam o paciente mancar para sempre, diz o ortopedista. Com o avanço da Medicina as próteses se tornaram mais duradouras, a cirurgia menos invasiva e muito segura “tanto que hoje o paciente é levado a caminhar ainda no hospital, no dia seguinte ou no mesmo dia da operação”.

É evidente porém, que as recomendações para o período pós-operatório devem ser cumpridas, o acompanhamento e a fisioterapia são vitais e a preocupação dos especialistas é que notícias sobre próteses milagrosas e de pacientes que voltam a disputar torneios levam quem foi operado a se descuidar, fazer esforços extraordinários para os quais as próteses não foram feitas, pelo menos ainda.

“Essas notícias sobre atletas que, com próteses totais de quadril voltam a ter sucesso não falam das repetidas operações a que foram submetidos”, diz Polesello, nada dizem sobre as extenuantes horas de fisioterapia e sequer dos jogos que tiveram que abandonar em meio ou que perderam, devido ao retorno da dor ou ao desgaste da prótese.“O homem biônico ainda é um sonho”, conclui o médico, “a Medicina moderna consegue devolver a qualidade de vida em quase todos os casos” e devemos ser gratos por isso, mas não se pode exigir uma performance de atleta de ponta de um paciente que tem uma articulação feita pelo homem e não pela natureza”. Todo cuidado e prudência são necessários nesse momento.


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